25 de dezembro de 2007

Uma noite

Ela abriu os olhos sem querer se movimentar. Acordou sem vontade de levantar. Mas ela sabia que as melhores noites eram as dos dias em que não tinha coragem de sair da cama. E se levantou.

A tarde passou. Ela se dirigiu à casa de sua madrinha, naquele calor de 16 de dezembro. E quando errou o caminho, pensou mais uma vez em não sair pela noite. Pensou, mas logo deixou de pensar. Talvez ainda valeria a pena ir no aniversário de sua amiga.

Ela chegou atrasada ao local de encontro com sua colega e ainda assim era cedo demais para chegar ao aniversário. Ou não, mas não foi nisso que elas pensaram. As ruas da Cidade Baixa acolhiam centenas de colorados, que comemoravam com antecedência a vitória da manhã seguinte. Entre eles, um morador de rua, já alterado pela bebida em excesso, que tentou assaltar as duas garotas que caminhavam pela Lima e Silva. E, nessa hora, ela se questionou se realmente deveria ter saido nessa noite. Mas ignorou os pensamentos ruins e foi com sua amiga ao local do aniversário.

Elas entraram. Subiram as escadas. Muitas pessoas, mas nada da amiga aniversariante. Na tv, algum DVD de música, com o som abafado pelas vozes altas dos jogadores de sinuca. Pararam, procurando com o olhar algum sinal, prestando atenção nas vozes. E ela ouviu uma voz que lhe era familiar.

No fundo, depois de duas mesas de sinuca, estava a aniversariante de pé, sorridente e gesticulando ao falar. Sentado a sua frente, um rapaz de camiseta azul-marinho. O rapaz que, segundos depois, olhava para ela, que se aproximava desviando das mesas e jogadores.

O rapaz que a salvaria do caos em que sua vida se tornara.

Ela abriu os olhos sem querer se movimentar. Acordou sem vontade de nem de respirar. Mas ela sabia que tinha que se levantar, se arrumar e ir para a auto-escola e para o trabalho pela tarde. E que, ainda mais tarde, ela encontraria o mesmo rapaz da camiseta azul-marinho e que juntos iriam ao mesmo lugar de um ano atrás. E que, um ano depois, ela é uma mulher realmente feliz. E ela sabe que ele é o responsável por isso.

E se levantou.

12 de dezembro de 2007

In Rainbows


Dããã. Isso que dá olhar Globo Reporter: descobre-se a existência do Periquito Arco-Íris. =P

Pois é, um post pra dizer que tô viva, vivíssima. Pra dizer que eu escreverei mais seguido e que antes do fim do ano o post (quase pronto) sobre música ainda sai. E o post dedicado pras gurias (pseudo-família de netas e filhas e genras) também.

Que muitas coisas vão mudar, creio eu. Voltarei eu para o tédio sem remédio dos dias sem grana pra nada. Ou não. Se bem que não tá muito longe disso.

Que, em breve, muito breve, ali no canto superior surgirá mais um link. Ou sim.

Que eu preciso descansar, coisa que eu ainda não consegui. E preciso voltar à vida e ver as pessoas que, durante os últimos meses, muitas vezes já me ouviram dizer que eu ia dar um jeito. Acho que dessa vez eu consigo.

... Ou seja: um post pra absolutamente nada. Só pra dar um olá. Olááá!! \o.

Ouvindo Quem Não Sou - Pato Fu. Não, sem mensagens subliminares por aqui. Não hoje. =P

29 de novembro de 2007

Hora do banho

Fim de semestre. Loucura, pânico, desespero, 967.426 trabalhos e provas para o mesmo dia. "Nada como um belo banho para relaxar", já diriam os comerciais. Go banho, pega a toalha no varal, roupa, sabonete. Hum, sabonete. Me deparei com duas caixinhas, uma amarela e uma rosa. Daí, a neurótica por letrinhas resolveu ler:

Lux Luxo Pink Fashion

Pink não é uma cor... É uma atitude! Lux te convida a ser mais pink todos os dias e entrar para o mundo que celebra os prazeres de sentir-se bela.

Modo de uso: Corra para debaixo do chuveiro e sinta uma explosão pink de perfume e feminilidade com este sabonete pink de beleza.

Atenção: Risco de encantar o mundo com excesso de feminilidade e atitude.

Medo de sair cor-de-rosa debaixo do chuveiro. Ainda mais eu que não simpatizo muito com a tal da cor. Tá, né, qual é o outro então?

Lux Luxo Brilhe! (sim, com ponto de exclamação no final)

As luzes se apagam, silêncio! Neste momento emocionante, você dá o seu primeiro passo no palco e surge um foco de luz gracioso. Um sabonete cintilante, que ao tocar sua pele com o brilho dos cristais e gotas hidratantes, provoca um aplauso silencioso. Divirta-se com a sensação luminosa e sinta-se admirada por todos.

Modo de uso: Para cintilar o mundo: corra agora mesmo para debaixo do chuveiro e vista seu corpo com este brilhante sabonete de beleza!

Atenção: Risco de maravilhar todos os homens ao seu redor e cegar outras mulheres.

Alguém me explica o que é aplauso silencioso? Imaginei a cena: abro o chuveiro, a água ali, quentinha, gostosa, relaxante. De repente, as luzes se apagam. Silêncio. A água começa a ficar gelada. Faltou luz. Dou o meu primeiro passo para fora do box e um foco de luz, fraco e gracioso, surge. É uma lanterna, provavelmente a CEEE arrumando a rede elétrica no poste da frente da casa. Eu, ainda com o sabonete amarelo na mão, espero o fim do conserto da rede para que eu possa terminar meu belo banho. A luz volta e eu bato palmas para comemorar, sem som algum, afinal eu estou com o sabonete cintilante amarelo nas mãos, e como sabonetes têm fixação por se atirar no chão, todo cuidado é pouco. E eu volto para debaixo do chuveiro, porque eu não quero ser admirada por todos, que no caso deveriam ser os caras da CEEE.

O sabonete amarelo cintilante tem um cheiro enjoativo de coco com sei-lá-eu-o-quê. E entre sair do banho parecendo bala de festa infantil e correr o risco de sentir uma explosão pink em pleno banho, optei pelo rosa mesmo.

Até agora eu continuo branquela. Ainda bem.

19 de novembro de 2007

Filosofias Teunenses III - Poemas no ônibus I

Vocação

Era uma vez uma flautista
Que além de ratos atraía
Homens baratos
Depressivos chatos
Amigas feias
Tarados incompetentes
Dentistas sádicos
Chefes obtusos
E visitas inoportunas
Cansada do azar, vendeu a flauta, comprou uma Glock 9mm e ficou milionária matando tempo e casos perdidos.

Ane Arduin
(Poemas no Ônibus - 15ª edição)

P.S.: Optei pelo "ou não". Música eu falo mais adiante, depois desse fim de semestre maldito. Ou não de novo. =P

13 de novembro de 2007

Só uma frase

Em breve eu volto a escrever. Prometo.

Enquanto isso, além da "nova cara" do Bologui, deixo aos meus pseudo-leitores imaginários uma frase que eu, só eu e mais ninguém aqui, entenderei:

"A consciência, a preocupação, a culpa e a paranóia estão ligadas, literalmente, ao peso que você carrega em suas costas."

Hasta luego.

Ouvindo Your Song - Ewan McGregor (porque eu prefiro Moulin Rouge a Elton John)

29 de outubro de 2007

Caminhos verdes do Bologui

Não, o título não tem nada a ver com nada. Estava eu aqui, pensando em um título pro post e, na sala ao lado, alguém disse "Caminhos verdes da serra". Como eu tava pensando em rumos e afins, foi esse mesmo. Afinal, esse é o lugar de escrever devaneios, e devaneios não precisam fazer sentido... Saca?

Enfim... Tudo isso pra dizer que eu não sei mais o que fazer desse blog. Na realidade, o que eu pretendia fazer (falar sobre os cds que eu ouvi nesse ano, coisa que eu realmente gosto) eu me sinto um tanto insegura pra colocar aqui. Ou não. Tudo é uma questão de inspiração e de modem novo no meu computador.

Em suma (encarnando meu pai), hora de atualizar. Próximo post, os primeiros cds desse ano que eu ouvi, com toda a parafernália que eu já comentei aqui. E acho que vou aproveitar meu ano culturalmente rico e comentar com meu cérebro doente. Ou não. Bem, daí eu explico, espero estar mais inspirada até lá.

Ouvindo meu cérebro. Nele toca One, Two, Three, Four - Feist. =P

23 de outubro de 2007

Joguinho 'bloguístico'...

... que veio diretamente do Blog do Rick:

1. Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2. Abra-o na página 161;
3. Procurar a 5ª frase, completa;
4. Postar essa frase em seu blog;
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6. Repassar para outros 5 blogs.

"Aquele furacão dava um certo prazer." (Minhas Tudo, de Mário Prata)

[Não, não é nada disso que você está pensando. Por incrível que pareça, não é.]

As primeiras 5 (cinco) pessoas que se candidatarem pra continuar a saga do joguinho, ganham um prêmio!

(ou não)

11 de outubro de 2007

Luz e sentido e palavra

"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo,
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito.
E você estava esperando voar,
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?
O que sinto muitas vezes faz sentido e outras vezes
Não descubro um motivo que me explique porque é que não consigo ver sentido
No que sinto, o que procuro, o que desejo e o que faz parte do meu mundo..."

Há 11 anos atrás, esse cara aí foi embora, cedo demais. O cara que mudou minha vida, que me viciou em música boa e me tornou uma legionária. Há onze anos atrás, eu ainda não era tão viciada em Legião Urbana como sou hoje, e hoje também não ouço tanto como antes, mas tio Renato é tio Renato, e sempre acaba surgindo uma frase, uma música pra cada coisa que vem na cabeça.

Enfim, fica aqui o lembrete de mais uma sobrinha do tio Renato Russo.

Força Sempre.

Ouvindo The Last Time I Saw Richard - Legião Urbana.

... a propósito, achei um teste bem bobinho: Que álbum da Legião Urbana Você É? Eu sou o Dois. Dãã, hehehe.

4 de outubro de 2007

De lá de baixo

(Do céu ao inferno em apenas um post! É só aqui, no Bologui da Fabi!)

...porque eu cansei. Porque eu enchi. Por cinco minutos, apenas cinco minutos, eu desci e me achei má demais. Achei que tava sendo cruel e, aham, senti aquela coisa que não se deve sentir: pena. Achei que eu tinha uma pequena parcela de culpa, e fiquei um pouquinho ruim. Um pouquinho. Só um pouquinho.

Mas não. Caminhando e botando minhas idéias no lugar, eu percebi que não. Eu sou esse pouco cruel, esse pouco insensível, esse "mais Taís do que Paula". E eu cansei de gente idiota, de gente que se faz de vítima, de gente imatura e de gente que só procura quando há interesse.

(momento para a pergunta do leitor: que que deu na Fabi?)

Voltei de lá de baixo um tanto revoltada, com os outros e comigo mesma. O que pensam sobre mim não importa, se eu sou má influência e afins. E eu não tenho pena. Não de quem poderia fazer pior, se tivesse oportunidade.

(Modo 'Fabi du Mal From Hell' on. Só pra constar. É que eu cansei de ter a vida bisbilhotada também, então fica a mensagem...)

Ouvindo Karma Police - Radiohead.

P.S.¹: Saudade do Quarteto como um todo...
P.S.²: Sim, eu continuo bem e feliz e faceira e pulante e boba. Até demais, por sinal... Mas né, são os momentos revoltados da garota aqui. =]

1 de outubro de 2007

De lá de cima

Eu já conhecia aqueles lados, mas conheci mesmo, assim, minuciosamente, nesse findi. É um lugar muito bacana, onde o sol brilha mais forte (talvez porque seja fim de setembro/início de outubro), os dias são perfeitos, se escutam frases loucas em francês e existem ônibus com bancos que se fecham quando se levanta deles. E tem travesseiros macios, para adormecer abraçando-os. E uma bela trilha sonora: Rodolfo (cd novo do Fito Paez). Quem me levou foi um anjo, um anjo muito bonito com olhos de um castanho claro beirando a cor-de-mel, também muito bonitos, que eu fico embevecida de tão bonitos que são.

Fui pro céu e voltei inúmeras vezes nesses dias. Numa dessas voltas eu me deparei com esse mundo bobo daqui de baixo, e isso não foi muito legal. Mas passou, como tudo passa, como tudo flui. E daí eu voltei pra lá.

Voltei na noite de um dia de domingo. E lá tinha Nico Nicolaiewsky tocando "Feito um Picolé no Sol" em um piano de cauda. E um abraço. E um beijo. E um 'te amo' ao pé do ouvido. E lustres, galerias, tapetes vermelhos. E um casal simpático que doou R$ 1,00 para o anjo de olhos bonitos fazer uma bela aquisição, que resultou em um cd comprado e uma caminhada pulante pelo centro de Porto Alegre às nove e meia da noite.

Eu não queria mais voltar de lá. Mas as coisas são do jeito que são, e eu tive que voltar do céu. E agora estou aqui em um efeito pós-celestial, ainda anestesiada, ainda feliz, ainda sorrindo feito boba, como nos últimos quase sete meses. E não pretendo sair desse estado tão cedo.

Ouvindo Feito um Picolé no Sol - Nico Nicolaiewsky. Esse cara é um gênio e o show de lançamento do novo cd, no Teatro São Pedro, foi uma obra...

24 de setembro de 2007

Tempo

"Ele pensa que a vida ficou pra trás
Então finge que nem liga, que tanto faz
Ou não, ou não, a vida é como um gás
Só um sopro, só um vento, nada mais

E o ar que já lhe passou pelos pulmões
De tão velho já quer ir descansar
Daqui pro futuro falta só um piscar
Que é pro tempo não mais nos enganar

Ele agora vê que o tempo é uma ilusão
E o passado são as linhas em suas mãos
Ou não, ou não, a vida é muito mais
Que os dias, que os deuses, que jornais

E o ar que já lhe passou pelos pulmões
De tão velho já quer ir descansar
Daqui pro futuro falta só um piscar
Que é pro tempo não mais nos enganar

Ou não, ou não, a vida é como um gás
Só um sopro, só um vento, nada mais"

A Verdade Sobre o Tempo - Pato Fu

A música é perfeita pras minhas filosofias atuais. E também serve de gancho pra dizer que não pude ir no show do Pato Fu. Maaas enfim, outros virão. É tudo uma questão de tempo.


Ouvindo - logicamente - a música que tá aí no link.

19 de setembro de 2007

O que ia ser escrito

"Faço uma faculdade em que a tal da 'hospitalidade' é citada freqüentemente como um fator essencial na 'nossa' profissão. Mas eu vejo que, na prática, não funciona bem assim."

Esse era o começo de um texto que eu ia postar aqui. Daí escrevi, escrevi, botei todas as minhas decepções com meia dúzia (meia dúzia, seis, saca?) de gente e blá blá blá. E desisti. Não tem necessidade isso...

É melhor falar que é muito bom estar bem. Que com todos os motivos do mundo pra estar e se sentir insegura e desprotegida, eu me sinto muito mais do que segura e mais protegida ainda.

É o que importa. O resto é conseqüência.

6 de setembro de 2007

Filosofias Teunenses II - A falta de ter o que ouvir

Dentro de um ônibus levemente lotado, com sono, indo pra uma aula inútil. O que resta fazer? Ouvir alguma coisa no fone de ouvido.

Estação 1:
Rihanna - Umbrella
"Under my umbrella, ella, ella, ê, ê, ê, ê, êê!"

Não, não...

Estação 2:
"Bom dia, meu amiguinho Gustavo B. Rock!!"

Amiguinho?! Bãi...

Estação 3:
Akon - Don't Matter
"Nobody wanna see us togeeeether..."

Por que diabos eu ainda tenho Jovem Pan na memória do celular???

Estação 4:
"Você tem vontade de ir pra Austrália? Conhecer os australianos, ver canguru e ainda de quebra pegar uma onda, não é verdade?"

Não. Não é verdade.

Estação 5:
"Chegou Bolla palitos de dente mentolados!"

Hã?! Puuuuutz...

Estação 6:
shssishsiizjijizhs (também conhecido como 'chiado')

Estação 7:
zzzhzhsizjjsszsjjssiiiishsh (outro tipo de chiado)

Estação 8:
Interferência com duas rádios.


É, não dá.

E isso acontece todos os dias. Que bosta.


Ouvindo Bauhaus Today - Luisa Mandou um Beijo.

29 de agosto de 2007

Sobre o que interessa (ou não)

Música I - Conhecimento de causa*

Acho que a única coisa que eu tenho mesmo um conhecimento bacana quando se trata de música é Legião Urbana. Datas, músicas de cada cd, lançamentos, estilos, épocas, letras, blá, blá, blá blá blá... Acho que é a única banda que eu me sinto confiante a falar. Mas né, não que eu vá sair por aí falando.

Música, não é de hoje, é meu mundo. Ou faz parte "bem muito significativa" nele. Mas o estranho é que das outras (trocentas) bandas que eu curto, nenhuma eu sei tanto sobre ela como acontece com a Legião. E nem consigo eleger uma banda predileta que esteja em atividade, nem nacional, nem internacional.

E daí?

Pretendo escrever mais pro fim do ano alguns posts sobre o que ouvi esse ano (e desse ano), tipo uns três ou nove cds por post, com faixas que eu gostei (umas três, talvez), nome do cd, banda e breve definição pela minha mente estranha; o que vai dar uns 10, 12, 14 posts. Que ninguém vai dar bola, lógico. Mas enfim...


Música II - Alguém me dá um HD?*

Música comanda a cena faz um bom tempo. Quem lê isso pode até pensar: "ah, claro, faz sentido ela ter se tornado uma viciada em música também", mas nãão, não é bem assim. Eu acabo sempre achando mais fascinados/viciados em música ao meu redor. Mas a realidade é que o cara branquelo que fica em cima da minha mesa, com seus respectivos monitor, teclado e caixas de som, é um cara que chegou ano passado e que tem míseros 40 Gb de memória, que está se esgotando, por sinal. Tanto que esses dias nem desligar ele queria, porque tava com 80% cheio. Enfim, com 9,56 Gb liberados agora, nem metade do que eu queria está lá dentro. Eu não tenho tudo que eu gosto de ouvir ali. E preciso organizar o que eu tenho. Ok, Legião e Beatles estão ali, mas e o resto? Falta Jet, falta The Kooks, Yeah Yeah Yeahs, Audioslave, Nando Reis... Enfim, não tenho espaço. Nem ADSL.

Tenho uma pá de coisas pra ouvir ainda. E elegi 'Tudo Vai Ficar Bem' como a favorita do novo cd do Pato Fu, na sexta passada (assim como 'Ever Present Past' -"tio" Paul!-, 'Você me faz Continuar', 'I Won't Go Home Without You' e 'Freedom' até então. O resto segue na dúvida).


*Coisas que escrevi na agenda, na tal famosa hora que eu tô louca de sono e que os pensamentos fluem, mas o computador já tá desligado. Devaneios, pra variar. E chega né, falar de música é bem mais legal. Sem paranóias, não mais, não aqui, nem em lugar algum. =]

20 de agosto de 2007

As coisas como elas são (ou como elas passam a ser)

E a vida continua. Rotina puquiana de volta, sem Nardi pra encher o saco dessa vez. Ainda bem.

As coisas fluem, right? Ao menos é o que eu digo pra meio mundo (menina repetitiva) quando quero dizer algo que não sei bem o que é. Complicado se expressar às vezes. E é como as coisas estão: fluindo, muito bem, por sinal.

Findi perfeito. Decisões decisivas sobre um futuro não muito distante, um futuro abandono de tortura cerebral trabalhística e uma apresentação tardia mais do que necessária. E reações melhores do que eu imaginava.

A sala do DIT tem uma vista bonita. E um computador lento, mas isso é detalhe. E eu, no meio do meu contentamento turístico, ao invés de ficar olhando o pôr-do-sol do Guaíba pela janela, não, fico mexendo na Internet. E tendo pensamentos assim, meio vagos. Tudo está bem, right? Lógico que estão bem. Mas Fabi que é Fabi sempre acha algo pra ficar meio estranha. O que me lembra o papo com a Srta. Belle ontem à noite. Coisas sem noção pra ficar sem noção. E textos escritos sem sentido algum. Enfim, nóia. Só porque eu tenho tendência a ser paranóica com o nada. Porém uma paranóica feliz. Muito feliz.

E um toque no celular que acalma tudo. E tudo flui.

E eu vou descer daqui do 10º andar de uma vez.

Sem ouvir nada na SETUR. Só em casa, com um monte de coisas novas a ouvir ainda.

12 de agosto de 2007

Publicidade

Outdoor no centro de Porto Alegre e na BR 116:


Porque o mundo da publicidade também está perdido.

Socorro!

6 de agosto de 2007

Diálogos

Todo mundo tem acima de suas cabeças seu anjinho e seu diabinho discutindo sobre o que fazer. Eu não. A mesma discussão geralmente ocorre entre meu coração e meu cérebro.

- Ahm... Oi!
- Opa! Tudo bem, cara? Chega aí!
- É... Eu queria falar contigo...
- Claro, claro, te senta. Quer café?
- Bah, quero sim... Brigado.
- Mas e aí, que assunto tão urgente queria tratar comigo pra vir aqui tão afobado?!
- É... Bem, eu queria dizer que tu venceu. E te dar os parabéns por isso.
- Hã?
- É, tu venceu. E eu vim te...
- Tá, isso eu entendi! Só não entendi o contexto... Venci o quê?
- Tu tava certo. Realmente certo. Muitas vezes eu te atormentei, muitas vezes tentei fazer com que tu não te machucasse e tu, só de birra, não me ouviu. Nunca quis te ver triste, mas vi. Daí sei lá, fiquei com receio de tudo e de todos.
- Aham, tá, e daí?
- Daí que lá no início do ano eu pedi pra ti não fazer nada, mas tu não me ouviu e eu tapei a cara pra não ver mais nada. Quando destapei, me surpreendi. Tu tava certo.
- Aaah, sim... Poxa... Bah...
- É... Nunca tinha te visto assim, tão seguro, tão forte. É, tu tá forte. O conjunto da obra tá se sentindo forte. É legal isso. Ok, eu tenho meus dispositivos chatos de domingo que às vezes resolvem encher o saco, mas no fim, tu sempre tá certo, tu sempre ganha.
- Afinal de contas, não tem porquê se atormentar, né?
- Claro que não. Agora eu vejo que não. E sabe por quê?
- Por?
- Porque tu tava certo o tempo todo. Olha só você: taí, todo... Todo... Como é mesmo aquela palavrinha...
- Felicidade?
- Ééééé!! Feliz, todo feliz. Fico feliz por isso também.
- Nhai... Olha, faz tempo que eu esperava esse apoio teu... Poxa vida, e essa época agora é especial pra mim, sabe, logo quando a gente tá completando cinco anos juntos...
- Opa! Não, perai! Cinco meses, honey. Meses. Não anos.
- Aaah... Isso é o que vocês dizem! Vocês não sabem contar tempo. Pra mim, são cinco anos. E fim de papo.
- Tá bom, tá bom... É, não adianta, a gente sempre vai discordar em alguma coisa... Mas eras isso! Brigado por me escutar e, mais uma vez, parabéns. E feliz cinco meses aí!
- Cinco anos, cara. Não discute.
- Olha, pensa um pouco. Tá na hora de arrumar esse teu contador aí...
- Nhai. Cara insistente. Tá, melhor tu ir antes que a gente acabe brigando mais uma vez. E deixa a xícara, é da minha coleção.

Ouvindo Telescope Eyes - Eisley

29 de julho de 2007

A volta e a perfeita perfeição

Debate antigo
(Do baú)

(...) Genética x cultura, hereditariedade x influência do meio... É um debate antigo que nunca se resolve. Por que certas pessoas "dão" para certas coisas, e outras não? Mais especificamente, por que eu sou em zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O fato é que há pessoas que querem ser dentista desde pequenas, e outras que não apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como precisam se controlar para não morder o seu dedo. Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. Estabelecida qual das duas raças é a nossa, podemos escolher entre as opções de cada uma. O que não impede mal-entendidos. Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos...". Cheguei a pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para as ciências exatas, até me dar conta de que eu não gostava da matemática. Gostava das historinhas. (...)

Luis Fernando Verissimo
Zero Hora - 29/07/2007


Enfim, final das férias, a volta para o mundo hoteleiro, cheio de Teorias e Práticas Operacionais e Planejamentos dos Meios de Hospedagem e Serviços de Alimentação... É, né, fazer o quê? Realidade chatinha essa, maaaas enfim...


Vamos ao título redundante (de uma guria muito redundante): o show, o show! Quarta-feira foi totalmente atípico. A começar pelas fritas no Bells vazio, onde tocava música dance. MÚSICA DANCE NUM BELLS VAZIO!!!! Mas tava bom, só estranho... Daí veio o Teatro Renascença, cheio de senhoras e senhores estilinho high society, com seus casacos de pele, pouca gente mais jovem. E um casal de jaqueta, mochila nas costas, jeans e All Star: o Rick e eu. Um baita de um frio e pessoas distrubuindo taças de champagne para quem esperava na fila. CHAMPAGNE NA FILA!!!! Olha, estranho, mas tudo perfeito...

E daí veio o show do Nico Nicolaiewsky. Perfeito. Muito perfeito. Duas cadeiras na primeira fila da lateral direita, só duas, ali, sozinhas, esperando o casal que completava 141 dias na ocasião. Tá, ele não tocou Feito um Picolé no Sol, mas bah, tava tri, muito tri...

O Fito de segunda ficou pro Marlon (o último sortudo a conseguir ingresso) e pra Belle. E a semana que vem pela frente vai ser cheia, very cheia, com aula de carrinho, hotel e trabalho. E eu preciso sair, chega de finais de semana socada nesse quarto!!! Diga não à gripe!!

Quarto semestre. Ano que vem eu me formo em Hotelaria. Enquanto o ano que vem ainda continua sendo o ano que vem, é hora de se preparar psicológicamente pra ter aula com o Nardi, inglês de noite e francês no sábado... (Je m'appelle Fabiana Gomes, j'ai dix-huit ans et j'étudie Hotellerie. - um dia eu saio disso)

Ouvindo La Luna Llena - Ira!. Nhééé passei a semana baixando cds na Setur =P

22 de julho de 2007

Acho que era julho...

(Aviso aos navegantes internéticos: esse é um post meio nhé. Quem não estiver com saco de ler um pedaço das minhas crises psicóticas, tem o direito de dar meia volta, right?)

Acho que férias era tudo o que eu precisava e tudo o que eu não queria. Ok, ok, eu tinha que descansar, eu tava ficando louca (mais do que o normal) e a crise-de-fim-de-semestre dessa vez foi grande. Mas férias também não me fizeram tão bem quanto eu (não) esperava. Ao menos em parte.

Fazia tempo que eu não ficava assim, tanto tempo sozinha no meu quarto, sem ninguém pra conversar até altas horas, só ouvindo música e deu. O bom é que agora é diferente porque eu tô feliz. Só que ficar sozinha me dá saudade e me faz pensar demais, e sentir saudade não é legal, muito menos deixar o meu cérebro pensar sozinho.

O tão famoso Dia do Amigo passou. Do meu "círculo de amizades", eu só ouvi a voz de duas pessoas, sendo que um deles é o meu namorado. E nas madrugadas aqui parada, eu senti falta das pessoas que me entendem, que sabem lidar com as minhas crises existenciais sem sentido que aparecem de vez em quando (geralmente quando tô de férias). Pessoas que não mais me leem. Pessoas que eu não as leio mais. Pessoas que não mais as vejo. Pessoas com as quais eu me preocupo e eventualmente é que tenho notícia delas. Pessoas que certamente nem lerão o que estou escrevendo aqui.

Saudade daquela gente que sentava na frente da igreja depois da aula, ou na árvore, ou que parava no meio do pátio em pleno verão, torrando no sol pra ser do contra. Das conversas ao vivo, e não por MSN. De conviver mais com aquelas pessoas que sabem quem são.

E ao mesmo tempo, dá vontade de apagar um monte de coisas que aconteceram na vida sem necessidade nenhuma de terem existido. Vai entender...

O que importa é que eu estou feliz. Chega a ser estranho, mas é tão bom... E não adianta, dispositivos cerebrais, desistam de me atucanar!

Felicidade. Quase vinte semanas de felicidade comprovada.

E esperando o show do Nico Nicolaiewsky na quarta!

Ouvindo In The End - Linkin Park. E Radiohead, Nenhum de Nós, Coldplay e Nirvana - porque eu não faço muito sentido nessas horas...

16 de julho de 2007

Dia Mundial do Rock - Stones Bar

Tiago diz:
tipo, " concorrendo pelo Guaiba Country e representando Eldorado, ela a garotinha dos cabelos lisos e pequeninha, mais parecendo uma linda garotinha da oitava série do primeiro grau... FABIANA!!!"
Tiago diz:
uuuhuuuuuu!!
Tiago diz:
e um viva pra garota Eldorado!!
__________________

Fabiana sou eu. E esse aí é o Tiaguito.

Sexta-feira 13, mês de julho. Aniversário do meu pai, Dia Mundial do Rock (yeaah, meu pai é foda! E colocou no mundo uma garota - eu, tá? - no mesmo dia do aniversário do Raulzito. Mazááá!!) e show de aniversário do Tiago (que nasceu no dia do padeiro, hehehe), tocando clááássicos do rock gaúcho.

Foi durante um mês o meu grande dilema: como eu vou fazer pra conciliar dia do aniversário do pai / trabalho / níver do Tiago? Mas tá, no fim eu troquei com o Bichinho e ganhei uma semana de férias. Daí ao invés de ficar com o pai, dormi o dia inteiro, mas isso é detalhe. O que importa é que eu consegui ir no show.

Cheguei na rodoviária e tocava Amigo Punk no rádio (agora finalmente com um fone no celular). Rick, casa da Nádia, fotos, gravações, risadas, Chai chegando às onze e cinco, a gente saindo às onze e quarenta e dois (nhaai...), Stones Bar às onze e cinquenta e cinco. Marlon e Belle no sofá, Tiago dando olá pra quem chegava, Mari Magali e Siane sendo constantemente abraçadas pelo Mafu (acho que é isso. Bem, é o cara feliz que abraça as pessoas), Keny usando de óculos de grau (e eu não a reconheci na hora), Mau Mau, Chai iluminada pela luz negra, Fabi e sua calça psicodélica (por que minha calça fica com desenhos estranhos na luz negra??), Rick com seu casaco que um dia foi de esquimó (palmas para o zíper que permite tirar os pelinhos do tal do capuz do casaco de esquimó), Tuta pulando, pulando e pulando.

Noite bacana, muito bacana. Ligante Anfetamínico (ahm... é, eu não gostei), Os Horácios (banda do Tiago, link ali do lado) e Liverpulgas (Beatles!!! Aaaaaaaaaaaaaaaaah!!! Tá, parei). O lugar é tri bacana, as músicas, as pessoas... Enfim, perfeito. Com direito a ver o Marlon e a Belle dançando "I Saw Her Standing There" - a música da vez a rolar no quadrinho aí do lado. E ver o Tiago dedicando "Sexo, Algemas e Cinta-Liga" pra Mari Magali e cantando "bom, bom, bom faz aquela loira Siane na sacada do edifício". E eu cantando - ainda que minha voz não se escute - Beatles e Cascavelletes com o Rick (baaah, Sob um Céu de Blues de novo... nhaaaai... ok, só eu entendo). E matar um pouquinho da saudade que eu tava da Keny e das pessoas que tavam lá.

Perfeito, muito perfeito.

Saimos de lá no fim do fim. Seis da matina. Tchau pra srta. Belle, pro Marlon e depois pra Chai. Dormi, meio que acordei, dormi de novo e acordei mesmo. Troquei o celular da mãe, alimentei-me e vim pra casa. Foi aí que encontrei a Rita, que me convidou pra ir no Carnaval de Inverno, no sábado mesmo. Aaaah não, nada de festas em Ratos, ao menos não agora. Acabei indo dormir de novo só às 4 da matina, o que deu na mesma em relação ao sono... Dormi o dia inteiro, ainda sinto sono, e fiz o tal de last.fm. E, conversando no msn, é que surgiu o agradecimento do Tiaguito, seguido das frases lá de cima.

Numa próxima, estamos aí, seu Tiago!

Agora é tentar começar a auto-escola e esperar dia 19. Pra quê? Pra comprar os ingressos dos shows do Nico Nicolaiewsky e do Fito Paez no Festival de Inverno de Porto Alegre.

Espero que tudo dê certo...

Ouvindo Cão e Cadela - Os Cascavelletes. Meeeu deus...

5 de julho de 2007

Filosofias Teunenses I - Os Esquimós

Hã?

Dicionário da Fabi - Letra T

Teunense= Derivado de "T1", linha de ônibus da Carris, que eu pego todo dia pra ir pro trabalho e que o Tuta pega pra ir pra casa e pra PUC. Isso quando ele não dorme no meio do caminho e acorda no Iguatemi.
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Indo pro trabalho esses dias, em um ônibus que tava entulhado de gente, mais do que o normal, eu comecei a reparar nas pessoas. Por enquanto, nenhuma novidade e nenhuma anormalidade. Até que, no banco da frente do meu, vi que duas gurias estavam com o mesmo modelo de casaco. (moda é foda) Daqueles que tem pelinhos em volta de um capuz, que geralmente serve de enfeite.

Aí começou a filosofia: qual é o objetivo de um capuz cheio de pelinhos se ninguém o usa? Uma jaquela impermeável com capuz de enfeite? Até então, nunca tinha visto alguém andando por aí com o tal do capuz enfiado na cabeça, com exceção de uma guria na PUC ("Olha, um esquimó na Famecos!") que tomava seu café cedo da matina.

E eu não tenho uma jaqueta de esquimó.

Bem, e também não sinto falta nenhuma de ter uma jaqueta de esquimó pra andar no inverno porto-alegrense. Mas cheguei à seguinte conclusão: se eu tivesse a tal da jaqueta de esquimó, com seu respectivo capuz de pelinhos na borda, eu andaria sempre com o capuz na cabeça. Iria pra faculdade, pegaria ônibus, tomaria café, faria prova, trabalharia, namoraria, iria ao supermercado (mesmo que eu não vá), tudo, absolutamente tudo, com o capuz na cabeça, parecendo um esquimó andando por aí.

Nesse dia eu cheguei na Setur e encontrei o Bichinho com uma jaqueta branca de esquiar (é, tava frio) com esses pelinhos no capuz. E a Ana também. E milhares de pessoas depois disso já passaram por mim, algumas até com o capuz pra proteger a chapinha da garoa.

Os esquimós estão invadindo Porto Alegre.

Estranho isso.

(Post totalmente psicodélico. O post nº 6... Enfim, só esperando a agenda de shows que eu não vou ter money pra ir em todos que eu quero do mês!! \o/)

1 de julho de 2007

Sincronizadamente

Da série: "Coisas estranhas que acontecem com o tal do nº 42"

(Pra quem ainda não sabe do que eu to falando, pergunta pra esse cara aqui ou pra esse aqui. Ou pra mim, mas meu "conhecimento de causa" é mais restrito)

Sexta-feira, Secretaria de Turismo. Tudo na mais perfeita calma, já que Porto Alegre seguia a tocha do Pan e mais da metade da Setur tava por lá, embaixo de um liiiindo boneco-inflável-mais-do-que-gigante do Cauê (bãi). Bem, isso não vem ao caso. Um senhor, de camisa amarela, chega à recepção, pedindo um mapa rodoviário atual do RS e a recepcionista, Inaiara, me liga perguntar se tinha. Não tinha. Enfim, levei um super-atualizado de 2005. Mas isso também não vem ao caso.

Entreguei o mapa e fiquei um tempinho por ali, e o senhor de camisa amarela falando sobre purificação de roupas e afins. Setur vazia, resolvi ficar mais um pouco, pra ver até onde ele ia com aquilo. E ele foi até a tal de Radiestesia, que é o que ele faz. Ele olhou pra Inaiara e perguntou:

- Quer fazer uma consulta agora?
- Quero.

Nisso eu me escorei na mesa, decidida a ficar até o fim. O cara tirou um saquinho de veludo do bolso e, de dentro dele, um pêndulo dourado. Perguntou algumas coisas pra Inaiara e começou a resmungar uns negócios estranhos, olhando pro pêndulo que balançava acima do mapa que eu tinha acabado de entregar. E nós duas com cara de paisagem, esperando. Ele deu o "diagnóstico espiritual" e eu vi a expressão do rosto da Inaiara mudar. Ele tinha acertado.

- Quer fazer também?
- Ahm... (pensando: "putz, e agora? Nhá, não tem nada pra fazer no DIT agora mesmo") Tá, quero.
- Qual teu nome?
- Fabiana
- Tem namorado?
- Tenho, quase quatro meses.
- Tá, então eu vou ver como anda o relacionamento de vocês, pode ser?
- Ahm... pode...

Continuei eu apoiada na mesa, com minha cara de paisagem, só que com uma dormência esquisita nos ombros. E o cara ali, resmungando com o tal do pêndulo. E terminou meu "diagnóstico espiritual":

- Tu sabe, Fabiana, é muito interessante teu caso. Faz muito tempo que eu não vejo algo assim. Existe uma sincronia entre relacionamento e vivência, e é muito difícil que essas duas coisas mantenham uma média boa. E vocês dois têm isso, o relacionamento de vocês e a vivência estão juntas, e quase sempre, na maioria dos casais, cada uma é bem separada da outra. Vocês não, vocês têm uma média muito boa das duas, assim, numa escala de 0 a 100, vocês têm uns 42%... É muito bom isso, viu? Muito bom, Fabiana...

O celular dele tocou depois de ele terminar de falar sobre mim e ele desceu, dizendo que volta um dia desses pra buscar o mapa de 2007. Eu e a Inaiara, que também sentiu a tal dormência esquisita nos ombros, não sabemos o nome dele, quem é, de onde é, nada. Maaaas enfim...

Depois disso, noite bacana no Cavanhas 274 (cláááássico!), pra comemorar meu níver atrasadinho em um dia, com o Rick, o Marlon e sua respectiva primeira-dama Belle. Muita risada (oooopaaa!!), parabéns desregulado, fritas, Coca-Cola Zero e até o mestre José Cláudio no meio disso tudo. Valeu a pena. Temos que fazer isso mais vezes.

Brigadinha pelos comentários.

E finalmente férias. Nada de artigos e nem planos de marketing. Só falta entregar o relatório de estágio e que venha o 4º semestre! (ah, não, Paulo Nardi de novo não...)


Ouvindo o álbum Revolver - The Beatles. Dois motivos: Graças a esses 4 rapazes eu passei em Marketing (Fabi tri estrategista) e eu ganhei do Rick os álbuns completos em Mp3. É a tal da sincronia, não adianta...

22 de junho de 2007

Nhai...

Depois da chuva de ligações e e-mails que chegaram na nossa central, além de scraps no Orkut e atenções pedidas no Msn, orgulhosamente respondo à seguinte questão tão comentada em todos os cantos do mundo:

- Fabi, o que significa "Nhai"?

Tia Fabi responde!!

Dicionário da Fabi - Letra N

Nhai= Expressão variável, que pode significar desde indignação profunda até uma continuação de suspiro (como é mais utilizada). Tudo depende da entonação de voz.

Nhai suspirado - Utiliza-se logo após um suspiro.
Ex: - Como tá bonito teu cabelo. Aliás, tudo em ti é bonito...
- Nhai...
Obs.: Sempre é acompanhado de reticências.

Nhai prolongado [/nhaaaaai/] - Sinônimo de "aaaah, que bonitinho". Utiliza-se também as variações nhó e nhói.
Ex: - Eu precisava te ver...
- Nhaaaai...
Obs.: Nesse caso, também é acompanhado de reticências.

Nhai indignado - Inicia uma frase de insatisfação. O mesmo que "ah, droga". Variação: nhá.
Ex: - Nhai, meu computador tá travando!

Nhai desprezível - Com tom de desprezo (uau!!!), desdém.
Ex: - O inter é campeão da recopa. (¬¬)
- Nhai, e daí?


Nhé= Variação do nhai desprezível, porém com maior dosagem de indignação.
Ex: - O que tá ouvindo aí?
- Pagode.
- Nhé.

Ouvindo o nada. Devaneio silencioso dessa vez.

17 de junho de 2007

Mudança de conceito

Sabe quando a gente se pega parado, olhando pro nada, o olhar longe, pensando na vida?

Pois é, eu trabalho num lugar que me faz pensar bastante, em pleno 10º andar do Centro Administrativo. Olhando por cima do meu computador tem uma baita de uma Porto Alegre lá fora, com o Guaíba ao fundo e mais um pedaço do centro de Porto (só o Beira Rio que estraga tudo). Então, lógico que vira e mexe lá estou eu, parada no meio do trabalho, pensando na vida.
(e é aqui que realmente começa esse post)

Minha definição daquele negócio chamado felicidade sempre foi muito relativo. Aliás, felicidade era um negócio por si só relativo. Era. Sempre tinha um porém, sempre alguma coisa acontecia e - plof - estragava tudo. No entanto, ultimamente tem sido diferente. Beeeem diferente, por sinal.

(Pra quem não entendeu, esse é um post de três meses, nesse climinha de dia dos namorados que já passou, saca?)

Agora, felicidade é mais amplo. Peguei meu dicionário antigo (aquele que todo mundo tem com seus próprios conceitos sobre o tudo como um todo - bah, to me puxando) e risquei a palavra "relativa", pra substituir por "plena". São três meses em que aquela Fabi, que grande parte da população conhecia, deu lugar a essa que vos fala, que agora anda por aí com essa carinha de feliz, coisa que não acontecia tããão facilmente e agora é crônica.

Dicionário da Fabi - Letra F

Felicidade= Relativa Plena. Aquilo que se sente desde a hora que se acorda até a hora em que se acorda de novo. Que te faz sorrir sem motivo aparente, mas que faz todo o sentido do mundo quando se pensa na vida.
Sinônimo de: "toque no celular", "vou sair do trabalho e descer de uma vez", "O que tu vai fazer agora, Fabi? Vou lá no prédio 8, o Ricardo tá me esperando lá".
Felicidade por tabela: Amigos felizes, amigos de amigos felizes = Poxa, que bacana isso!
Adj.: Feliz= Nome do meu cachorro Fabiana de Oliveira Gomes, desde 06/03/2007.

Nhai.

Ao som de: Dois - Musictopia. O cd inteiro. Aproveita o embalo e baixa. =P

6 de junho de 2007

Uma história (ir)real

Ele nasce. É uma bela criatura. Ele surge e você o vê. Até se orgulha por ele, é perfeito, inclusive para seus devidos fins. Só não lhe chama de "mamãe", até porque é mais velho que você e nenhum vínculo entre vocês dois pode existir, ainda mais sob a vista dos outros.

O tempo passa e, como em uma adolescência, os problemas começam a aparecer. Ele lhe incomoda, mostra coisas sem importância, mas a pressão é tanta que um pequeno grão de arroz (nem todo grão é cereal, mas todo cereal é grão. Lembre-se disso e aproveite as dicas de uma estudante de hotelaria!!) se transforma no Everest. Você tem vontade de matá-lo, mas não pode, não consegue. E, no fundo, a culpa é sua. Sim, é sua, você o fez assim, você o acostumou a fazer o que faz. E você acha que precisa dele. Afinal, às vezes ele é tão útil...

Por isso, eu digo: nunca faça um perfil fake no Orkut. Incomodações inúteis são desnecessárias. E, depois que ele existe, é difícil se desfazer dele...


Ao som da minha tosse e dos 'tec tec tec' dos (agora funcionando) computadores do DIT.

3 de junho de 2007

O nada que leva ao nada

O que leva uma pessoa a fazer dois blogs?
As coisas não necessariamente têm que fazer sentido, ter explicações. Ao menos quando é relacionado aos meus leves devaneios.
Foi assim com as agendas da 'Pucris': primeiro ganhei uma, depois me deram outra. Duas agendas pra uma pessoa sem muitos compromissos de lotar agenda. E alguns dos meus devaneios foram parar em uma delas, enquanto a outra está ali, esquecida num canto, esperando a hora em que eu me decida a me mexer pra escrever nela. Agora dois "bologui's".
O mesmo aconteceria com esses blogs? Não sei. Na realidade, nem eu sei pra quê tudo isso, mas assim é mais divertido, ou não... =P

É esperar pra ver.
Ou não também.


Ouvindo Eight Days a Week - The Beatles.