31 de dezembro de 2009

Retrospectiva clichê de 2009

Eu estava procurando um início. Não sou muito boa em inícios, ou em meios, ou em finais, às vezes eles surgem, às vezes não, mas o certo é que eu nunca tenho os três assim, simultaneamente. Aí eu escrevi uma frase, em uma dessas janelas piscantes de msn, inserida em um contexto qualquer que não tem relação nenhuma com um post de fim de ano.

-' Fabi '- diz (00:30):
mas fazer o quê?

E a resposta foi "é o que eu me pergunto todo dia". Aí percebi: pronto, é esse o start. "Mas fazer o quê?" responde perfeitamente todos os fatos do meu ano. Com certeza 2009 foi um ano muito, muito longo. Um ano que não se pode dividir em partes, nem juntar períodos semelhantes, ao menos para mim. Loucura eterna, reviravoltas mil, mais ainda do que em 2008. Paro para pensar em tudo o que aconteceu e me perco em datas, fatos, coisas todas que parecem que ocorreram há muito tempo atrás. E eu achando que 2008 tinha sido maluco...

Mas fazer o quê, né?

Dois mil e nove foi o ano em que eu me formei como "Bacharel em Hotelaria". Parece que o dia em que eu cozinhei dentro daquela maldita toga foi, sei lá, em 2007. Parece muito tempo, mesmo, mas não faz nem um ano. E eu aqui, na função toda de fim-de-ano-com-família-em-São-Gabriel, mostrei o vídeo da formatura para minha tia que não conseguiu ir. Auto-sabotagem total. Há alguns dias atrás eu nem conseguia lembrar do nome das outras 15 gurias que se formaram comigo. Quinze. E eu não conseguia lembrar de todas. Rever toda aquela cerimônia foi semelhante a reviver aquele dia, aquela época, resumindo, não foi legal. Muita coisa mudou de lá para cá, talvez para pior, o que me fez por alguns minutos querer voltar no tempo. Mas só por alguns minutos mesmo, não passaria por todo o ano de novo por causa de um dia. Não valeria a pena.

Mas fazer o quê, né?

Ver o vídeo de formatura me fez pensar no ano todo, cada mês, cada coisa importante (ou nem tanto) que aconteceu. Mais ou menos o que eu queria fazer para escrever esse último post de 2009, mas com outra perspectiva: "Por que não repetir 2009?". Claro, coisas MUITO boas aconteceram, como o show do Radiohead, como férias malucas na casa de uma maluca que conheci em um show e com mais uma maluca junto, enfim, coisas que creio que já falei aqui e que não tem necessidade de repetir. Outros, digamos, acontecimentos, eu não gosto nem de pensar. O que, lógico, eu acabei fazendo. Auto-sabotagem total [2]. Pensar em uma data que eu gostaria que ficasse "marcada" por motivos bons, mas que acabou virando "marco" para o fim da, digamos, confiança em alguém. O que também não tem necessidade de expor aqui. Acho que coisas boas e ruins tem pesos diferentes e, na hora de por na balança, o ponteiro pende para o lado negativo.

Mas fazer o quê, né?

Não vejo todo mal nisso. É assim que as pessoas amadurecem, creio. É com o acúmulo de experiências ruins para derrubar toda e qualquer esperança no que vem pela frente e com as pessoas certas para te ajudar a seguir mesmo assim. E isso, companhia, eu tive. Várias, em vários momentos e várias situações diferentes, mas tive. Mas enfim, acho que amadureci um tanto esse ano. Precisei. Fiz muita bobagem e por momentos eu agi como criança mimada que nunca tinha sido, acabei estragando coisas importantes, me lamentei feito louca e bum! Muita coisa mudou, precisei parar e começar do zero para ver para onde ia. E fui. E nisso eu cresci, creio. Não que eu não sinta falta "daquela época" em que eu não precisava me preocupar com nada, e não, não falo de infância. Coisa de dois, três anos atrás.

Mas fazer o quê, né?

E por falar nisso, acho que o melhor objetivo que eu posso ter para 2010 é simples: ignorar pessoas. Dois mil e nove também foi um ano de... decepções, talvez. Gente que eu quero aprender a ignorar como já fiz outras vezes, com outras pessoas. E sim, eu sei, isso parece muito extremista, mas garanto, é muito melhor quando tu esquece da existência de quem não é necessário. Dois mil e nove foi tão absurdo que eu, aqui na ponta do calendário que está prestes a virar a folha, não consigo ainda definir se foi um ano bom ou ruim. Foi longo. E só. Tampouco sei dizer o que eu espero desse ano que virá, daqui a algumas horas. Ainda acho melhor não fazer tantos planos, apesar de estar fazendo alguns, melhor não pensar. Só espero que esse próximo ano seja mais curto. Assim como meus próximos posts, para não me prolongar tanto assim. E que 2010 seja mais tranquilo. Mesmo achando que não será.

Mas fazer o quê, né?

23 de dezembro de 2009

Itinerário 2009

São Gabriel > Eldorado do Sul > Capão Novo > Eldorado do Sul > Capão Novo > Eldorado do Sul > São Paulo > Eldorado do Sul > São Gabriel > Eldorado do Sul > Itajaí > Balneário Camboriú > Itajaí > Eldorado do Sul > Itajaí > Eldorado do Sul > Sarandi > Frederico Westphalen > Eldorado do Sul > Santana do Livramento > Rivera > Eldorado do Sul > São Gabriel > Eldorado do Sul > São Gabriel.


Fora inúmeras idas e vindas dentro de Porto Alegre e cidade-inferno Arroio dos Ratos.


Alguém se habilita a calcular quantos quilômetros eu percorri em 2009 dentro de ônibus?

19 de novembro de 2009

Poemas no ônibus IV

Adaptação do Cotidiano para um Momento de Vazio (a seco)

Eu não deixo recadinhos babacas
Nem tenho atitudes melosas
Cheias de ternura!

Mas ela sabe
Que no meu coração de pedra
Fez uma rachadura!

Tunai Giorge de Oliveira Leites
(Poemas no ônibus - 16ª edição)

7 de novembro de 2009

Sobre acreditar - ou não - em tudo que se lê aqui


"Curioso es que la gente crea que tender una cama es exactamente
lo mismo que tender una cama, que dar la mano es siempre lo mismo
que dar la mano, que abrir una lata de sardinas es abrir al infinito la
misma lata de sardinas."

Las Armas Secretas - Julio Cortázar

30 de outubro de 2009

O mundo...


...anda mesmo de cabeça para baixo.

25 de outubro de 2009

Aracnofobia

Terça, no sofá.
Quarta, correndo por cima do meu pé.
Quinta, abaixo da prateleira.
Sexta, na entrada do quarto.
Sábado, na porta da cozinha.

Onde estará a aranha de domingo?

20 de outubro de 2009

Poemas no ônibus III

FINGIR...

FINGIR
SER SIMPÁTICO
DEFORMA O ROSTO.

Ubirajara Alves de Oliveira
(Poemas no ônibus - 17ª edição)

7 de outubro de 2009

Ah, pois é

E chegou o grande dia em que eu finalmente cansei de pessoas!

People don't change, já diria o House. Eu sempre soube disso, mas né, não admitia e tentava fazer alguma coisa. E para quê? Absolutamente nada, tudo voltava à estaca zero e ficava eu me torturando de novo. Agora não, penso menos, cansei de ficar me preocupando com o que os outros estavam fazendo ou deixando de fazer. Os outros. Sempre os outros atormentando o cérebro alheio.

Aí eu me afastei de metade da família, metade que já se fechou na própria opinião há tempos e fica batendo na mesma tecla de que eu é que estou errada e nada de me escutar. E estou bem assim. Procurei minha irmã de coração, passei dias com ela e resgatei um tanto do que era bom da época em que a gente se via todos os dias. Conversar, se apavorar, rir de um monte de bobagens no meio disso tudo. Me estouro bem menos por bobagens, não desconto tanto em cima de quem eu gosto, coisa que eu fazia sem perceber. Mas continuo ficando enfurecida com os outros, isso é meio difícil de mudar...

Desisti de tentar entender. Fico aqui com meu cigarro, meu teclado pra tirar alguma música vezinquando, minhas músicas, meus filmes, minhas séries, minhas aulas três vezes por semana e meus finais de semana em casa. E estou muito melhor do que a maioria das pessoas pensa.

E o mais legal disso tudo é que, mesmo que eu fale isso mil vezes, repita eternamente que eu - finalmente - estou bem comigo mesma, todo mundo ainda vai parar e dizer "naaah, ela não está bem, vamos tentar ajudá-la" e aí começa tudo de novo, todo mundo metendo o nariz onde não foi chamado.

Tudo bem, acostumei. E aí sim, eu me estouro. E viro anti-social.

O que, no fundo, era o que eu queria.

5 de setembro de 2009

Dois minutos e vinte segundos

Abraço solto, meias palavras, despedida no portão. Seguem, cada qual para o seu devido lado, rumos opostos, vidas mais ainda. Sente saudade, não sabe exatamente no que o termo saudade se aplicaria: saudade de quê, de quem, por quê? Soube que ali era o fim, o fim do fim de uma possível reaproximação. Não queria, é verdade, não queria reaproximar-se até bem pouco tempo atrás, mas sentia falta, não sabia do quê.

Mas se encontraram, culpa do destino e de suas armações. Sentiu-se estranha, como se em um instante quisesse novamente a companhia, as conversas, os desabafos, as pequenas discussões, tudo, tudo de volta à sua rotina, que nem rotina era mais. Quando deu por si, estavam se abraçando, tinha esquecido tudo que ocorrera e todas as decepções que tivera. Não tinha importância. Ao menos por dezessete segundos.

De repente, um muro invisível e impossível de ultrapassar caiu entre aquelas duas pessoas, sob a forma de um silêncio interminável de três segundos, tempo no qual o cigarro ainda queimava entre os dedos, pedindo para deixar isso tudo de lado e implorando para ser tragado. Soube, pelo tom de voz, que aquele abraço solto e aquela conversa informal demais eram provavelmente os últimos, mas não sabia se isso era bom ou ruim. Sentiu-se vazia, como se parte de si tivesse sido levada naquele abraço, e provavelmente jogado fora em uma esquina qualquer.

E no fim, sentiu alívio. Um alívio inexplicável, que foi embora somente alguns dias depois. Sabia que não mais se veriam, a menos que o destino resolvesse pregar outra peça. Ao mesmo tempo, sabia também que dificilmente confiará em alguém como confiara nela, assim como era quase impossível apagar as marcas que ela deixou. Seja por saudade, seja por tristeza, seja por decepção.

Mas isso, isso já não importava mais.






P.S.: Lembre-se sempre: liberdade literária. Nunca acredite em tudo que lê.

13 de julho de 2009

Carta

Oi...

Estou com saudade e resolvi escrever. Afinal, dez meses é muito tempo, tanta coisa aconteceu e eu nem pude te contar... Queria poder conversar, diálogos longos tomando Coca-Cola e comendo doce, mas não dá, não tem como. Nessas horas que algumas letrinhas aqui e ali ajudam. Ou não.

As coisas andaram um tanto complicadas por aqui. Sabe como é, foi uma série de readaptações e remanejos que quase que resultaram em um caos sem fim. Quase. Não foi sem fim, ainda. Não que as coisas estejam perfeitas, perfeitas nunca são, mas a gente tenta, na medida do possível. Terminei a faculdade, foram difíceis os últimos meses, quase que não consegui entregar o trabalho de conclusão, nem sei se tu sabe, mas eu te pedi ajuda. E parece que surtiu efeito. Entreguei com um dia de atraso - normal - perdi um ponto na nota final pela demora. E tirei nove. Nove de um trabalho de conclusão maluco que eu fiz em praticamente uma semana sem dormir e que valia nove. Acho que tu te orgulharia de mim. Espero que sim.

Aí veio a formatura. Nossa, nunca passei tanto calor na vida com aquele babador sufocante amarrado no pescoço. Mas foi bonito, valeu a pena, todo mundo foi, zilhões de fotos que eu queria te mostrar, assim como as da prova de toga que eu quis muito ter te mostrado. Mas não deu tempo.

Enfim. Tive altos e baixos. Ainda nem sei o que vou fazer da vida agora, às vezes acho que é melhor não pensar nisso, às vezes me dá uma agonia imensa de não saber o que fazer. Foi um primeiro semestre meio parado, exceto pelo fato de que eu fui no show do Radiohead em São Paulo. Sim, eles vieram, quase enlouquecemos grudados na grade, na frente de umas trinta mil pessoas. E antes disso fui no R.E.M., mas isso foi em Porto Alegre mesmo, no estádio do São José. Sim! No Zequinha! E lá fiquei na grade também. E parece que faz muito muito muito tempo, mas não faz. Incrível como eu perdi a noção de tempo... Fora os shows, continuei com o inglês e fiz um curso de produção musical, lá na Famecos mesmo, muito bacana. E deu. Basicamente isso.

Antes que tu me pergunte: sim, eu to segurando as pontas por aqui. É pesado, bem pesado às vezes, mas eu me viro. E to tomando conta da mãe, apesar dos problemas que às vezes surgem, e surgiram. Mas né, a gente tenta. E eu sinto muito a tua falta nessas horas também.

Pintei o cabelo de vermelho. Calma, não é vermelho fogo, é um vermelho discretinho, mas que ficou bem bonito, combinou. Acho que tu teria gostado da cor que eu escolhi. Acho mesmo. E ainda penso em fazer alguma tatuagem algum dia, não sei ainda o que, nem aonde. Mas não tenho pressa, nada é sangria desatada no momento.

Eu tinha deixado de fazer planos. Não conseguia. Era involuntário. Já quis matar meio mundo, já briguei com muita gente até pra te defender. Pois é, acontece. Cansei de ter que dar satisfação pra todo mundo, fiquei cansada muitas vezes, mas agora passou. Ao menos por enquanto. Parece que o caos me deixou um pouquinho de lado. Tomara.

É o primeiro ano que no Dia Mundial do Rock eu não tirei com a tua cara, dizendo que tu é o mais roqueiro do mundo - aham, jura - e que eu só tinha que ser assim mesmo. O primeiro aniversário longe. Aliás, duas semanas atrás foi um aniversário bem estranho pra mim também. É tudo muito esquisito, e eu ainda tenho muita coisa pra me adaptar. E isso é bizarro. Tive um dia muito bom hoje, mas foi voltando pra casa sozinha e estando sozinha em casa que me deu vontade de conversar. Ou comer bolinho. Ou ficar debaixo das cobertas, vendo tv e te contando o meu dia, ouvindo o teu. Ou de dizer tudo o que faltou te dizer, que não deu tempo, o quanto eu sempre me orgulhei e me orgulho muito de ser tua filha. Não deu. Nunca gostei de falar essas coisas, e no fim eu mal pude me despedir de ti.

Obrigada por tudo. Pelo que foste pra mim, pelo que sempre vai ser. Desculpa pelas coisas que eu alguma vez te disse e pelo o que eu deixei de dizer também. Eu sei que não adianta muito agora, mas né, as letrinhas aqui e ali me ajudam um pouco. Ou não.

Te amo muito, pai. Sempre.

18 de junho de 2009

Aleatoriedades

#1
Rá, enganei vocês, hein? Todos acreditaram na ladainha de postagens-mais-frequentes-agora-sem-trema... Enganei o bobo e um dia saberei o porquê de ser na casca do ovo.

#2
Observem a foto abaixo:


Agora alguém me explica qual é a diferença que 2 ml de água fazem na tua sede. DOIS MILILITROS! Coisa de peixeiro mesmo... [Sim, foi comprada lá em Itajaí]

#3
Me rendi ao Twitter, tempinhos atrás e nem avisei. Aviso agora.

Follow me: http://twitter.com/fabi_luninha

#4
Na barrinha ali do lado, mais duas espionagens nas janelas dos vizinhos Gustavo e Tuta. Aliás, para quem mora em Porto Alegre, o Sanduíche Cultural atualiza os eventos da semana, sempre que possível. Ao menos é o que o Tuta tá tentando fazer.

[Tuta tá foi triste. Metralhadora on]

#5
Na sequência: Psi, Belle, Gu, Belle, psi, Gu, psi, Belle.

Tenho andado demais com esse povo da Psicologia. Ou eles me salvam, ou eles terminam de me enlouquecer. Se bem que a segunda opção é mais divertida...

By the way, thanks.

#6
Agora é sério. Vou deixar postado algumas coisas pro futuro desse blog. Não, nada filosófico, nenhuma previsão catastrófica, só deixar antecipadamente posts que virão nos próximos tempos.

E vou parando por aqui também, porque é o número 6, na primeira postagem do mês 6. Que, por sinal, é o mês do meu aniversário. Que me lembra que fazer "duas décadas" é algo estranho.

Enfim, segue o baile.

1 de maio de 2009

Post gigante de número 50

"Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação. (...)"

Isto - Fernando Pessoa

- A Fabi anda lendo Pessoa?

Não exatamente. Andei lendo cadernos antigos, coisas de ensino médio, em busca de algo útil para se colocar por aqui e encontrei o trecho acima, adivinhe, no caderno de Literatura do segundo ano. Fato que vai se desdobrar em alguns parágrafos.

Como o título já diz, esse é o post nº 50 do Bologui. Já escrevi zilhões de coisas para postar, mas sempre digo isso e nunca posto nada. São quase dois anos de blog, o que dá uma média ridícula que é melhor eu nem calcular. Então, saí à cata de mais textos publicáveis, para juntar tudo e começar a postar. Foi aí que eu tive a ideia (credo, sem acento) imbecil de revirar cadernos antigos, para enfim chegar a estas conclusões:

- Se não fosse eu revirar gavetas, eu jamais me lembraria que fizemos um "Dicionário de Biologia" no segundo ano, bastante inútil, por sinal.

- As conversas nas folhas de caderno com as amigas eram muito mais malucas do que eu teria capacidade hoje em dia.

- Em cima da minha cabeça, brilhava uma placa gigante e em neon, com os dizeres "LOSER" e "RETARDADA", dia e noite, sem parar.

- Eu não me contentava com pouco para ser loser e retardada, pelo contrário. E eu ficava feliz lendo coisas absurdas que, se fosse hoje, me deixariam muito enfurecida... MAS

...eu ri. Ri muito da minha capacidade de ser imbecil. O pior é que eu sei que as piores coisas eu nem cheguei a ler, melhor assim. Enfim, não deu pra aproveitar nada para pseudo-futuras-postagens, mas achei o Pessoa. Aí resolvi colocar aqui. Estou com, ahm, planos de fazer posts mais frequentes, talvez colocar algo do antigo blog e finalmente colocar as coisas que estou escrevendo há décadas. "Coisas", porque não faço ideia (jamais me adaptarei a essa reforma ortográfica, fato) de qual 'gênero literário' tudo aquilo se encaixa. Enfim, são só realidades ficcionais da minha cabeça contraditória.

By the way, estou com uma ideia (oh, céus, terceira vez no mesmo texto) para um novo blog. Para quê, né? Em breve, maiores detalhes e, talvez, um chamado para você aí, que está sentado(a) em frente ao computador lendo esse post inútil que não levará a lugar algum, colaborar com textinhos singelos.

Ou não. Mas isso é assunto para um próximo post.

8 de abril de 2009

For a minute there...

... I lost myself.



(Sem idéias para título? Diga sim ao clichê, Fabi)

Enfim, no início do vídeo, a gente lá. E aconteceu de verdade.

Mais detalhes aqui. Fotinhas que tirei da grade. =]


[Surpresas em breve. Ou não, como sempre.]

17 de março de 2009

There is nothing to explain

(ou Radiohead - a Saga)

Tudo começou assim:

Ainda era agosto e ainda era só boato que R.E.M. viria tocar em Porto Alegre. Daí, a Sil (da comunidade Radiohead Brasil) postou um link em um tópico off na comunidade R.E.M Brasil, que dava para a seguinte foto:


Sim, um ingresso autografado dizendo que Radiohead viria, dentro em breve, para as terrinhas brasileiras. O povo surtou, boatos mil se multiplicaram por aí afora, R.E.M. realmente tocou no Zequinha Stadium e as apostas sobre um show do Radiohead em São Paulo e outro no Rio de Janeiro cresceram. Aí, em um belo dia do final de novembro, meu telefone toca. Do outro lado da linha, uma voz desesperada que eu mal conseguia ouvir (malditos sejam os motores de ônibus nessas horas):

- Fabi! Radiohead vem pro Brasil em março! Em março! Eles vêm!


Ali estava a prova. Comprei meu ingresso para "São Paolo" no dia 9 de dezembro, a previsão de chegada era para 20 de janeiro e eu só sosseguei no dia 5 de fevereiro, quando finalmente consegui retirar o bendito ingresso no Correio.


Confesso que tive medo dos tais "convidados especiais".

Agora faltam cinco dias, apenas cinco dias, para o show (provavelmente) mais absurdo que eu já imaginei. Para completar, Kraftwerk e Los Hermanos em cima do palco, logo no começo da noite. Serão 19 horas dentro de um ônibus, uma viagem que promete ser MUITO apreensiva.

E eu tenho muito medo desse show. Medão mesmo.

Ouvindo a setlist do show de hoje no México. Só pra dar mais tensão ainda.

4 de março de 2009

Pseudo-vingancinha

Pego a chave do carro, abro a bolsa e jogo um monte de coisas dentro. Abro a porta da cozinha, akitas pulam e fazem festa, vira-latas também. Entro no carro, calor, muito calor, ligo o carro, manobro, desvio dos cachorros que agora fazem festa em volta do carro, manobro de novo, carro na rua.

Segundo dia consecutivo indo na cidade-inferno (Arroio dos Ratos, para quem não sabe).

Trinta minutos depois e eu já começo o mantra: "quero ir embora daqui, odeio essa cidade, odeio essa cidade, inferno, inferno, odeio essa gente, gah". Sobe lomba, dobra esquina, crianças correm na rua, estaciona, vai no correio, faz a volta, vai na lotérica, anda, anda, anda, carros param no meio do caminho sem avisar, anda, volta, dobra, estaciona. Até que eu passo na frente de uma casa, com uma faixa de bixo da UFRGS, parabéns, blás. Casa de pessoas que, para variar, não suporto, inclusive a mocinha que agora é bixo.

Chego em casa e ligo para uma amiga:

- Ainda tem trote? Me diz que tem.
- Tem, semana inteira.
- Bem, sabe a Fulana? É uma bixo tua. Maltrata ela, faz ela sofrer!
- Aaaah, sim, não gostei da cara dela no dia da matrícula, pra te falar a verdade. Meio metidinha...
- Isso, é ela! E a irmã dela, e a mãe dela, e toda a família dela!
- É, ela levou torta na cara hoje. E passou duas horas cheirando a erva-mate, farinha, ovo e água pedindo dinheiro no sinal naquele calorão.

Aí, de repente, todo o meu ódio da cidade inteira se esvaiu. Imaginei a cena, a menininha patricinha e fresca representando toda a cidade-inferno, toda cheia de nojinho, melecada, no sinal (mesmo que seja uma bixo da UFRGS, mesmo assim).

E isso foi tãããããão booooom...


P.S.¹: Yeah, voltei. Um pouco menos paranóica, um pouco menos surtada, um pouco mais atrapalhada, um tanto menos ocupada, talvez por pouco tempo, talvez não. E eu jamais conseguirei escrever 'paranóica' sem acento. JAMAIS.

P.S.²: E, enfim, nos próximos posts, um *insira gênero literário aqui* que eu comecei a escrever há décadas e não tinha terminado ainda. Na realidade, ainda não terminei, mas né, até lá eu termino. =P

24 de fevereiro de 2009

A taça

Ok, acabou a função desabafo.

Só pra compartilhar a imagem que achei esses tempos no Capinaremos e que tornou meus dias mais felizes, bastando dois cliques no ícone no desktop:

(Clique para ampliar, ou não. Livre arbítrio é tudo nesse mundo de meldels =P)

Ok, não sei se todo mundo acha, mas eu ri MUITO vendo isso.


-> Cada louco com sua loucura. E em breve eu voltarei.

19 de fevereiro de 2009

Carnaval

É, taí.

Escondam-se. Fujam para as colinas, ou para debaixo das cobertas. Não esqueçam de ligar o ventilador, para não morrer de calor. Levem consigo seus fones de ouvido. E músicas altas, bem altas.

Desliguem a tv. Não, transmissão do Carnaval do Rio de Janeiro ou o de Porto Alegre com suas (agora poucas, antes que me matem por não dizer isso) latinhas de Nescau na bateria não é a melhor opção. Fechem as janelas. Eu já falei dos fones de ouvido?

Ou não. Bebam até cair. Mas até cair, senão não tem graça. Pulem. Comemorem, o que eu ainda não sei. Cantem antigos sucessos do Axé Music. Sacudam-se. Usem camisinha. Ninguém tá querendo um aumento na população lá em novembro.

Fantasiem-se. É uma das poucas oportunidades de fazer isso no ano. Tirem fotos ridículas. Postem todas elas nos Orkuts e Fotologs, pra alguma coisa tem que valer toda a produção. Não, para a festa em si não é, pois na metade do caminho já não existe fantasia nenhuma e o nível de álcool será tão alto em todas as pessoas ao seu redor que não fará diferença alguma.

Sumam do mapa. Ou apareçam até no Google Earth. Não, não existe meio termo.

Até a volta. \o.

11 de fevereiro de 2009

No Plans

"Aliás, se persistíssemos em afirmar que as nossas decisões somos nós que as tomamos, então teríamos de principiar por dilucidar, por distinguir, quem é, em nós, aquele que tomou a decisão e aquele que depois a irá cumprir, operações impossíveis, onde as houver. Em rigor, não tomamos decisões, são as decisões que tomam a nós. A prova encontramo-la em que, levando a vida a executar sucessivamente os mais diversos actos, não fazemos preceder cada um deles um período de reflexão, de avaliação, de cálculo, ao fim do qual, e só então, é que nos declararíamos em condições de decidir se iríamos almoçar, ou comprar o jornal, ou procurar a mulher desconhecida."

José Saramago - Todos os Nomes
Página 42 (perseguição, perseguição)

Tempos atrás eu adotei a política do 'No Plans': sem planos, sem traçar muitos objetivos, sem nada. Nada dá muito certo quando a gente planeja, então não adianta, simples assim. Aí eu lia o mestre Saramago e achei esse trecho. Perfeito, perfeito. Ou não.

'Um bom dia pra você e até amanhã', disse a apresentadora do Globo Rural. Era como se ela adivinhasse que, no dia seguinte, eu também estaria acordada às 6h30 da manhã, sem conseguir dormir. Nos últimos dias, tenho andado com uma dificuldade imensa para encostar a cabeça no travesseiro e pegar no sono, talvez porque eu ande pensando demais. Desde a tão famosa formatura, os motores desaceleraram e essa lentidão com que as coisas andam tem me deixado um tanto paranóica - como se normalmente eu já não fosse.

E aí entra o No Plans. Essa ausência de objetivos tem me dado um vazio imenso, e mesmo assim eu não tenho coragem de fazer plano algum. Foi por causa disso que, no dia 29 de janeiro, em plena manhã pré-formatura, eu chorei. E chorei muito, dois ataques de desespero inúteis, por receio de quebrar todos os vínculos que eu mantinha até então. Bobagem. Continuo mantendo, salvo poucas exceções. Mas é o olhar pra frente e não enxergar nada traçado, nada pré-moldado, que me apavora.

'Às vezes é preciso dar um passo pra trás para enxergar o quadro todo', disse um amigo meu esses dias. Aliás, se não fosse esse e mais outros 4 amigos que, de uma forma ou de outra, me fazem companhia, talvez eu já estivesse bem pior. E são as distrações, as fotos, as longas conversas antes de dormir (ou logo ao acordar, depende do lado da linha telefônica), as risadas, os links, as janelas do MSN e até os jogos de futebol com café e pão de queijo o que mantém a minha mente um pouco menos alucinada, um pouco menos confusa, um pouco menos catastrófica. Ou não. Mas vale a pena mesmo assim. Enfim, tudo isso para dizer andei pensando, que estou sendo obrigada a pensar e pensar demais, por mais que eu tente fugir disso. E eu descobri que eu odeio pensar. Adoro amebas.

'O que não pode ser resolvido, resolvido está', disseram três coisas diferentes que eu andei lendo por aí afora. E eu não sei se isso pode ser seguido à risca ou não, e isso me faz pensar e pensar é realmente uma coisa cansativa. E o cansaço me dá vontade de sair por aí, de fugir. E para fugir é preciso uma válvula de escape, ou um lugarzinho qualquer mesmo. E achar esse lugar depende de outros fatores. Que dependem de planos.

Coisa que eu não quero fazer tão cedo.


P.S.¹: Post emuxinho e desabafante. To indo pra Capão Novo (sem fugir, o que é uma pena) e deixei programados alguns posts pra esse meio tempo, que - lógico - não farão tanta diferença assim.
P.S.²: Muito obrigada Casal, Fer, Chai e João. Pessoinhas que fazem sim, muita diferença.

19 de janeiro de 2009

Publicidade 2 - A Missão

Dispensa comentários:



Daí você está lá, dirigindo feliz pela estrada afora, quando vê isso. Lógico que vai mudar de rota até a Sertório, não?


(é, acho que não)

13 de janeiro de 2009

Cabeça caótica

Tinha tudo pra dar errado. Pensei em ir, depois pensei se deveria ir, depois achei 1000 motivos para ficar, mas achei 1001 motivos para ir, talvez até fossem os mesmos, só a indecisão que complicava tudo. Até que uma amiga perguntou: "Fabi, o que vai te acontecer nessa viagem, que todo mundo tá se despedindo de ti?". Respondi aquele "Pois é, não sei" básico, mas fiquei com aquilo na cabeça até que pronto! Taí: vou acabar morrendo na estrada, o ônibus vai entrar no trânsito infernal de Vila Nova e vai bater e deu, já era.

Não. Não bateu. Quatro horas e meia de viagem e eu cheguei em São Gabriel. Intacta. Inteira. Aí eu começei a pensar no que faríamos nos próximos dias, e pensar e pensar e pensar, até que meu primo-irmão-gêmeo nos levou pra sair e me fez parar de pensar. E, sem ter de pensar muito, saímos dia sim e dia também e de voltas e voltas no Bobódromo e de copos e copos de cerveja levantados eu nem vi o tempo passar e chegou o tal do dia 24. E tinha tudo pra dar errado.

Não deu. E da péssima pseudo-festa de família - imagem criada não só por mim, mas pela maioria dramática e catastrófica dos Oliveira - nasceu a festa mais bacana, mais trash, mais engraçada dos últimos tempos naquele prédio antigo da Mascaranhas de Moraes, regada a músicas e danças e bebidas e fotos e flashs, mas seguida de uma saída noturna com show de uma das piores bandas que vi tocar em 2008. Enfim, é a vida.

Os dias se passaram, a paranóia tomou conta, as conversas se prolongaram (as risadas e as conversas sobre a vida alheia também), o sono da madrugada realmente foi embora, deixando a manhã livre para dormir tudo que se tinha direito; os copos foram virados, os filmes foram alugados, a paranóia foi esquecida. E chegou o dia 30 e o dia 31. E tinha tudo pra dar certo.

E a festa foi sem graça. Ou, no mínimo, sem a empolgação da festa de natal. Aí saímos, sem esperança nenhuma de que fosse bom. E foi, apesar da banda que tocava. Mas eu ri, eu dancei (meldels), eu tive ótimas companhias, enfim, eu encerrei muito bem o ano que já estava mesmo na hora acabar. E acabou. E eu fiquei em Sanga City por mais tempo do que era previsto, pois eu tinha um medo absurdo de voltar e tinha receio e coloquei na cabeça que tudo ia desabar quando eu voltasse. Mas meu pai já dizia que tudo é questão de calendário e que é bobagem se preocupar. E eu voltei.

Disse que não ia mais fazer planos e, quase sem querer, estou fazendo. Perdi minha dinda logo que voltei e, fora isso, as coisas continuam da mesma maneira que eu deixei, inclusive a bagunça no meu quarto, que isso sim poderia mudar. Toda a loucura e a paranóia foi em vão, mas enfim. Tudo é uma questão de antecipar fatos, mesmo que eles nem cheguem a acontecer.

E nisso eu sou mega master expert.