13 de novembro de 2008

Poemas no ônibus II

Aos poucos

Aos poucos,
pelos vãos dos dedos,
pelos nãos dos medos,
pelas mãos dos ledos,
pelos sãos dos credos;

perdemos um pouco
do tudo que temos.

E nos escondemos no sorriso mudo dos profetas,
na esquálida esperança das garrafas vazias.

Porque perdemos tudo:
as praças, as taças e os brinquedos;

assim,
pelos vãos dos dedos.

Marcelo Lopes
(Poemas no Ônibus - 16ª edição)

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