17 de março de 2009

There is nothing to explain

(ou Radiohead - a Saga)

Tudo começou assim:

Ainda era agosto e ainda era só boato que R.E.M. viria tocar em Porto Alegre. Daí, a Sil (da comunidade Radiohead Brasil) postou um link em um tópico off na comunidade R.E.M Brasil, que dava para a seguinte foto:


Sim, um ingresso autografado dizendo que Radiohead viria, dentro em breve, para as terrinhas brasileiras. O povo surtou, boatos mil se multiplicaram por aí afora, R.E.M. realmente tocou no Zequinha Stadium e as apostas sobre um show do Radiohead em São Paulo e outro no Rio de Janeiro cresceram. Aí, em um belo dia do final de novembro, meu telefone toca. Do outro lado da linha, uma voz desesperada que eu mal conseguia ouvir (malditos sejam os motores de ônibus nessas horas):

- Fabi! Radiohead vem pro Brasil em março! Em março! Eles vêm!


Ali estava a prova. Comprei meu ingresso para "São Paolo" no dia 9 de dezembro, a previsão de chegada era para 20 de janeiro e eu só sosseguei no dia 5 de fevereiro, quando finalmente consegui retirar o bendito ingresso no Correio.


Confesso que tive medo dos tais "convidados especiais".

Agora faltam cinco dias, apenas cinco dias, para o show (provavelmente) mais absurdo que eu já imaginei. Para completar, Kraftwerk e Los Hermanos em cima do palco, logo no começo da noite. Serão 19 horas dentro de um ônibus, uma viagem que promete ser MUITO apreensiva.

E eu tenho muito medo desse show. Medão mesmo.

Ouvindo a setlist do show de hoje no México. Só pra dar mais tensão ainda.

4 de março de 2009

Pseudo-vingancinha

Pego a chave do carro, abro a bolsa e jogo um monte de coisas dentro. Abro a porta da cozinha, akitas pulam e fazem festa, vira-latas também. Entro no carro, calor, muito calor, ligo o carro, manobro, desvio dos cachorros que agora fazem festa em volta do carro, manobro de novo, carro na rua.

Segundo dia consecutivo indo na cidade-inferno (Arroio dos Ratos, para quem não sabe).

Trinta minutos depois e eu já começo o mantra: "quero ir embora daqui, odeio essa cidade, odeio essa cidade, inferno, inferno, odeio essa gente, gah". Sobe lomba, dobra esquina, crianças correm na rua, estaciona, vai no correio, faz a volta, vai na lotérica, anda, anda, anda, carros param no meio do caminho sem avisar, anda, volta, dobra, estaciona. Até que eu passo na frente de uma casa, com uma faixa de bixo da UFRGS, parabéns, blás. Casa de pessoas que, para variar, não suporto, inclusive a mocinha que agora é bixo.

Chego em casa e ligo para uma amiga:

- Ainda tem trote? Me diz que tem.
- Tem, semana inteira.
- Bem, sabe a Fulana? É uma bixo tua. Maltrata ela, faz ela sofrer!
- Aaaah, sim, não gostei da cara dela no dia da matrícula, pra te falar a verdade. Meio metidinha...
- Isso, é ela! E a irmã dela, e a mãe dela, e toda a família dela!
- É, ela levou torta na cara hoje. E passou duas horas cheirando a erva-mate, farinha, ovo e água pedindo dinheiro no sinal naquele calorão.

Aí, de repente, todo o meu ódio da cidade inteira se esvaiu. Imaginei a cena, a menininha patricinha e fresca representando toda a cidade-inferno, toda cheia de nojinho, melecada, no sinal (mesmo que seja uma bixo da UFRGS, mesmo assim).

E isso foi tãããããão booooom...


P.S.¹: Yeah, voltei. Um pouco menos paranóica, um pouco menos surtada, um pouco mais atrapalhada, um tanto menos ocupada, talvez por pouco tempo, talvez não. E eu jamais conseguirei escrever 'paranóica' sem acento. JAMAIS.

P.S.²: E, enfim, nos próximos posts, um *insira gênero literário aqui* que eu comecei a escrever há décadas e não tinha terminado ainda. Na realidade, ainda não terminei, mas né, até lá eu termino. =P